Foi apenas a segunda partida do Arapongas Esporte Clube em casa após um hiato de 5 anos e ainda assim, levou 418 torcedores ao Estádio dos Pássaros na manhã extremamente calorenta do último domingo.
O número parece pequeno – de fato é, contudo aos que ainda não sabem, muita coisa aconteceu com o Arapongas Esporte Clube de gestões passadas ao longo de aproximadamente 10 anos, algo já relatado inúmeras vezes como exemplo: WxO em casa em 2018, acesso em 2019 com Agenor Piccinin e voltando a Terceirona, gato em poste elétrico, falta de pagamento de gás, açougue, atletas, comissão, terceirizados etc., etc. etc. Todos esses fatores aliados a outras situações fizeram com que a torcida, empresariado e imprensa se afastassem do clube. O próprio poder público “expulsou” o Arapongas EC de jogar na cidade dos Pássaros.
Não podemos esquecer também que em 2015, com o time na primeira divisão do Paraná, Adir Leme da Silva simplesmente desistiu de tudo. Alguns dizem que “vendeu a vaga para o Foz do Iguaçu”, outros que o problema foi político por apoiar publicamente um candidato que perdeu nas eleições municipais, dentre outras coisas. Bem, clubes de futebol tem e devem ser apolíticos, ao menos publicamente.
O medo das empresas, da torcida e de todos que acompanham o futebol é real por vários fatores. Marcos Amaral, CEO presidente da Amaral Sports é o novo gestor, ele também tem contrato de compra e venda do Arapongas EC que poderá passar a ser dele em definitivo daqui um ou dois anos. E depois? Bem, o tempo dirá. No momento, não espere 3.000 pessoas por jogo tão cedo (que era a média de público do Arapongas EC), não espere empresas brigando para apoiar o time como antigamente, tudo isso levará tempo. Mas com pessoas certas e paciência, as coisas acontecem.
É óbvio que o resultado dentro de campo influencia. O Arapongas EC montou um time forte, competitivo, com atletas experientes do jeito que a torcida araponguense (e quanto escrevemos araponguense, nos referimos à cidade como um todo) quer. Foi o modus operandi do Adir Leme e é o do Marcos Amaral. É questão de tempo para o Arapongas levar mais torcida para o Estádio José Chiappin a cada jogo em casa.
Temos na cidade de Arapongas dois clubes distintos: um que voltou com toda hype – e que tem que provar para todos e até para si mesmo que “o negócio é sério”, senão de nada adianta ficar aqui 3, 4, 5 anos e adeus novamente – e outro que mesmo sendo de dono holandês, existe desde 2007 e que trabalha corretamente, que paga suas contas em dia, honra seus compromissos…
Aliás o Laranja Mecânica Arapongas é exemplo em muitas áreas, mesmo que peque categoricamente em outras, como uma maior aproximação com a torcida, marketing, sócio torcedor, etc. O estigma de “clube de jovens atletas” é fato, mas na real, que continue assim. E por quê? A formação dos jovens atletas o Laranja Mecânica sabe fazer, mesmo que talvez haja falhas no processo ou o atleta não desenvolve o que poderia. É fácil falar para quem é de fora, que não acompanha o dia a dia do clube que a equipe não prospera em competições oficiais de base. Gerir um clube de futebol – uma vez que já estivemos dentro disso anos atrás – não é simples, é muita coisa envolvida.
Como escrito o clube quer subir, deve subir… o que não pode é ex-treinador falar publicamente que o objetivo do time é “SÓ” formar jogadores. Isso cai como uma bomba para quem pensa em investir no profissional, apoiadores e para a torcida do clube. Sabemos e afirmamos veementemente que sim, é formar jogadores, MAS NÃO SÓ. Ainda mais pelo seu fundador/gestor Marco Plomp, do qual é uma pessoa extremamente inteligente, correta, onde ele sempre afirma que quer subir degraus cada vez mais altos. Qual a vantagem de manter um time na segunda divisão? Cremos que para o Laranja Mecânica, não existe vantagem alguma.
Acontece que o Marco Plomp está a 12.000 Km daqui, tem seus outros negócios na Europa e mesmo que sempre esteja “presente” no dia a dia do clube, não está in loco. Não vamos entrar em méritos, o Laranja Mecânica foi salvo do descenso para a terceira divisão neste ano pelo técnico Rodrigo Casa Grande, pelo conselheiro Carlos Junior, o “Juninho” e pelo Marco Plomp, que topou a alteração técnica. Sem mais.
Voltando ao Arapongas e ao título da matéria, os 418 torcedores apoiaram, vibraram com o clube. Incentivaram e viram a qualidade técnica dos atletas do Arapongas. Realmente fizeram bonito no estádio. Dia 29 de setembro (caso a FPF não mude a data) como escrito, se espera ao menos o dobro de torcedores do Chiappin, ainda mais se o jogo for mantido às 15:30h.
Para finalizar, ainda falta ao Arapongas uma sede na cidade e caso não ache neste ano, que fiquem em hotéis da cidade, valorizem o mercado araponguense. Ficar hospedado em Apucarana não caiu muito bem.